segunda-feira, junho 16, 2008

Exposição de Pintura – A. Cova



B.D. Revisitada

Bar Alinhavar – 20 de Junho a 4 de Julho

Não tenho paciência para ler banda desenhada, nunca tive. Durante a infância e à saída da mesma, acompanharam-me e rodeavam-me as colecções completas de B.D. mais convencionais e populares, facto que me levou a construir uma ideia adulterada e ignorante do universo de que tento falar. Nunca explorei a vertente da B.D. e não sinto vontade de fazê-lo, a paciência alimenta-se do meu interesse e como ele não è nenhum, talvez seja a explicação para a falta dela. De entre as heranças antecipadas que furtei, encontram-se uns fascículos encadernados de jornais semanários dos anos cinquenta dedicados maioritariamente às aventuras aos “quadradinhos” intercaladas por textos de conselhos morais ridículos da época. As estórias ficam suspensas de fascículo para fascículo. Quando era miúdo via-me obrigado a desfolhar grande parte dos jornais para conseguir encontrar o seguimento do enredo de uma ou outra aventura. Os desenhos e todo o seu aspecto gráfico ficaram-me marcados destacando as cores esbatidas, fruto dos métodos de impressão da altura e da própria velhice dos documentos.
No atelier que frequento do mestre J. Urban, num momento de captação de ideias para a realização de um novo trabalho, surgiu a recordação que me levou a voltar a analisar e a extrair do armário todas essas velhas folhas encadernadas. Utilizando técnicas de desenho a grafite sobre pintura a óleo tentei retratar de uma forma adulterada e subjectiva alguns excertos dessa B.D. bafienta.

A. Cova