segunda-feira, dezembro 10, 2007

Carta de Amor (Crónicas crónicas)

Aguardo o cair da noite para que as janelas reflictam a minha imagem, despeço-me presenciando o horror que sempre me acompanhou em pesadelos, existindo apenas uma diferença… desta vez vai doer. Olha amor, perdoa-me e tenta compreender que para mim não era fácil imaginar-te a viveres com o cabrão que tenho a meus pés. Imaginá-lo eternamente colado a ti… não! Não suportava mais as visões que tenho dele a foder-te de sorriso rasgado e a sussurrar-te ao ouvido tudo aquilo que sempre desejaste ouvir, tudo aquilo que eu não te digo.
Utilizei o seu sangue para escrever em árabe o teu nome na parede, como é revestida de azulejo é bem possível que quando chegares já não se note, no entanto fica a saber que tentei ao máximo reproduzir a tatuagem que esse palhaço fez no braço. Foi a gota de água… desde então desesperava por apanhá-lo a sós.
Já está… Não discutimos e deixo-te bem claro a rapidez do acto, degolei-o assim que lhe toquei nas costas e se virou. Queria olhá-lo de frente mas nem tempo para isso tive, vi-lhe apenas o branco dos olhos, se calhar nem se apercebeu da minha presença, o que para mim é constrangedor...já não vale a pena pensar nisso agora, aliás... não tenho tempo para pensar nisso. Já me vejo na janela…
Adeus maninha, amo-te.

Cova