domingo, março 11, 2007

COBARDE (Crónicas Crónicas)

Fumaram.
Apáticos, esperaram pelo irrigar abrupto de sangue nos seus cérebros.
Desinibidos, despem-se e caiem sobre a cama.
- Não pares, mais força…isso!...
Incitado por palavras nunca ouvidas de sua boca, exalta-se sabendo que irá aguentar mais que o costume. Estão mocados. No entanto mantêm-se conscientes ao ponto de o fazerem ininterruptamente.
Sucumbem estoirados, acabando por adormecer.
O telemóvel toca. Acorda exaltada. Ao reparar na proveniência da chamada, atende e passa-lhe imediatamente numa atitude de desespero. Ele é ameaçado e desfaz-se em desculpas:
- Alugámos um filme e acabámos por adormecer…
Vestem-se apressadamente. São sete da manhã.
A meio da frenética condução, ela faz averiguações sobre a recepção que a espera. Cobardemente, ele deixa-a a razoáveis metros da casa dos seus pais.
Ela era menor.


Cova