terça-feira, abril 03, 2007

6 meses (Crónicas crónicas)

A Susana é um mulherão embora pudesse ser mais bonita de cara. Estou a adorar o convívio deste jantar de aniversário, não contava com tamanho painel de beldades, o João desta vez esmerou-se. A festa promete, o interior das garrafas é esvaziado a uma velocidade directamente proporcional à desinibição atrevida dos meus camaradas, por isso, terei de me controlar deixando a fixação copulativa para o fim. Tenho que escolher, portanto, prefiro seleccionar sóbrio para que desta vez não me arrependa no dia seguinte.
O Mathiew que se encontrava à minha frente, duas cadeiras ao lado da Susana, desapareceu para se deitar sobre o colo da Marta recostando a sua cabeça junto ao afluente dela, enquanto o João - o anfitrião - distribui beijos e incita os restantes à devassa lúdica.
Atrasada, Vera aparece. Não fica constrangida com o avanço da festa, cumprimenta os poucos que conhece - nos quais me incluo - e fixa o primeiro alvo: o seu ex-namorado. O paspalho arma-se em fidalgo e foge das suas insistentes investidas. Olho periodicamente para o espectáculo dos dois, escusado será dizer que Vera num ápice se embriagou e quase se despe enquanto cavalita no palhaço fugitivo. O espectáculo é bonito, mas não posso dar a entender à Susana que o mesmo me excita - a Vera é um cavalão e sempre tive uma inveja feroz daquele pega monstro que não soube dar valor ao tanque de guerra que possuía - pois o charme postiço com que a iludo não abre parênteses para possíveis jogos de poligamia, e no fundo, dá-me um enorme prazer transmitir-lhe que só disponho de atenção para ela.
Abandonada, Vera não desiste e investe em todas as direcções, enquanto as restantes transpõem sorrisos amarelos ao observarem o descontrolo da promíscua rainha do baile.
Ao meu lado está João, e agora, em cima das suas pernas está Vera. De cara tapada pelos seus despenteados e longos cabelos, salta e berra desesperadamente. Estamos num restaurante de segunda divisão e o empregado que nos serve baba-se com tamanho espectáculo, reparo nos seus olhos que declaradamente demonstram o desejo que a farda trava. O gajo quer apalpá-la, decerto vai fazer de tudo para que a confusão se estenda além do seu horário de trabalho para que depois, num ápice, dispa a bata vindo juntar-se ao circo que ali montou tenda. Está com uma sorte dos diabos... ele que se meta, que fazemos-lhe a folha...Cabrão!
Bem... Continuo com a mesma postura em frente da Susana, começo a ficar farto...Ela è uma toira, só que a Vera...Daqui a pouco as minhas calças descosem-se de tanta tusa, é irresistível este coirão, adoro-te Vera, adoro-te Vera!!!... Passem para cá a garrafa!...
O João está de pé com o pulso levantado erguendo nele uma nota de 20 euros, insiste que só paga gorjeta se o candidato a garçon anunciar bem alto que João é dono do restaurante. O rapaz aceita facilmente a chantagem e satisfaz o lado descompensado de João que ficara desfeito no momento em que passou o cheque da extensa conta.
Saímos. No carro de Vera vai um trio explosivo, eu, o João e extasiada condutora. O percurso do restaurante para o bar é curto, e ainda bem... quero sair e ser o primeiro a ampará-la na restante caminhada, estas alturas são as melhores para introduzir alguma intimidade, quem sabe se não se comove?...Quero tanto montá-la.... A capacidade de reacção num momento destes é decisiva, sobretudo quando se encontram, como neste neste caso: "sete cães a um osso".
Ela deixa-se apalpar mas recusa insistentemente ser beijada, move a sua cabeça para que julguemos estar disposta a tal, mas recua demasiado rápido desprendendo um sorriso tirano e dominador. Não larga o telemóvel e cada vez que o desliga aproxima-se com a mesma atitude provocadora. Se o mais fresco ex-namorado, ao qual ela liga repetidamente, não aparecer para fazerem as pazes, poderei esticar-me em definitivo, e era bom que assim fosse, pois estou a ficar tenso e a Susana...já foi embora.
A noite vai longa e sobram apenas duas resistentes, poucas é certo, mas demasiadas comparando com as que estamos habituados, o que promete um bom epílogo se convidá-las para minha casa. É isso que vou sugerir, sem antes garantir o corpo de Vera... Que isto dos camelos dos meus amigos irem borrar-me a casa toda, terá obrigatoriamente as suas contrapartidas, amanhã quem limpa a casa sou eu - o Camelo Mor.
Vou investir mais uma vez, é agora ou nunca, já está razoavelmente embriagada para começar a tomar noção de que o prazer extremo será dar correspondência ao seu desejo: ser possuída e expelir toda a raiva por se te contido demasiado tempo perante um palerma, que agora orgulhosamente, teima em não comparecer para apoiar a sua convalescença.
Beijo-a. Aceita de imediato o convite e dirigimo-nos para o seu carro. De mãos dadas enquanto caminhamos, completamente absorvido pela possibilidade do que possa acontecer, peço-a estupidamente em namoro. Ela, ouvindo tamanha patetice, não move qualquer expressão e eu disfarço apalpando-lhe o rabo de modo a manter ainda tudo controlado. Parece que desta vez passou, mas mais um deslize e... borro a pintura toda.
Agora sei o que ela quer e começo a ter medo de não corresponder às expectativas. Tenho que fumar uma ganza.
Depois de bater em todos os carros que se encontravam no parque e da dura explicação da rota, chegamos finalmente. Começo a pensar no que farei primeiro quando estivermos para lá da porta, talvez comece por mostrar-lhe a casa..
O que é que se passa?...começo a perder a coragem?!... Tenho que montá-la! Preciso restabelecer a minha vida, apagar a mais recente experiência que foi desastrosa, aquele aborto não me sai da cabeça, e aqui, tenho uma boa oportunidade para esquecer a gorda bexigosa com borbulhas no cu, o momento que me deprime...
Não lhe interessam as restantes divisões a não ser o quarto para o qual me empurra. Caímos na cama, coloca-se sobre mim, despe a camisola... Não acredito no que estou a ver... Os imponentes seios que tanto ansiava ver, estão neste momento à minha frente. Tiro a antiga dúvida das intensas discussões com os meus companheiros. O pateta que dizia, já ter fodido com a Vera e que a mesma possuía os seios descaídos, revelou-se um frustrado mentiroso, o que me leva a crer que será melhor esquecer todo o resto que esse palhaço contou.
Completamente nua, roça-se desenfreadamente sugerindo que a penetre. A velocidade da ocorrência è contrária ao entusiasmo da minha verga. Para que não se note o meu constrangimento e para me entusiasmar mais, vou lamber-lhe a cona até se vir.
Num instante lava-me a cara! Curioso... nunca me tinha acontecido. Inicialmente julguei que se tinha mijado, mas depressa veio-me à cabeça as imagens das antigas e saloias revistas de banda desenhada pornográficas, em que as figuras femininas também ejaculavam. Agora sim estou excitado à brava! Penetro-a com uma força vigorante!
De cabelo comprido, solto, pendurado para a frente, acaricio-lhe as costas enquanto o seu rabo fricciona os meus pintelhos....esta mulher é de facto imponente.
A campainha toca.
Toca outra vez.
Volta a tocar.
Possivelmente, já tinha tocado mais vezes.
Paro por um instante, é melhor abrir-lhes a porta, deixá-los entrar e voltar à foda de quarto fechado à chave. Ela não aceita a ideia e pede-me para não parar enquanto oiço gritarem o meu nome na rua. Encontro-me numa situação ingrata, é o aniversário de João e não me esqueço que ele poderia estar no meu lugar, o presenteado justo seria ele, mas estes rasgos de consciência são apagados em cada movimento de Vera.
Estou quase a vir-me...
Será que toma a pílula?...O João comentou, uma vez, que ela a tomava enquanto namorava com o ex-namorado, o pacóvio que esteve hoje no jantar. Mesmo assim convém perguntar... porque venho-me a qualquer momento!...
- Tomas a ...
- Não!!!!
- Foda-se!
Venho-me nas suas rosadas nádegas, sem ter tempo para reparar se me vim totalmente nelas.
Corro a abrir a porta na expectativa de encontrar, ainda, alguém do lado de fora. Assim que a abro, entram. Despem-me o frigorifico, instalam-se na sala, colocam os copos com vinho no chão e derrubam-nos acidentalmente, dançam cambaleando de encontro aos móveis, a Marta despe-se no fulgor da dança e João acompanha-a. Divirtam-se meus caros, a espera merece-o e eu agradeço!
Terminada a festa, peço a João que não dê boleia a Vera, pois ela está a dormir na minha cama e está demasiado cansada, precisa de repouso(e eu estou demasiado desejoso de a voltar a foder)...
Volto para o quarto, e de manhã quando acordamos, tenho a cama encostada à parede oposta à qual estava inicialmente.
Agora vejo nela outra mulher, uma mulher que acordou no meu quarto, uma mulher que se eleva da minha cama, uma mulher que pergunta se pode ir à casa de banho nua porque tem medo de não estarmos sós, uma mulher que toma consciência do quanto foi bom sabendo que pesa o que fez, uma mulher que me despreza sem me desrespeitar, uma mulher que se veste excitando-me da mesma forma que se despe, uma mulher que se despede sem consentir que fique com o seu número de telemóvel, uma mulher que se esquece do relógio mas que volta segundos depois para buscá-lo deixando-me sem desculpas para a convidar novamente, uma mulher que se vingou de alguém em mim, uma mulher que aquece e arrefece.

Passaram cinco meses e o João liga-me:
- Sabes a última?! A Vera está grávida!
- A Sério?! De quantos meses?...
- Seis.
- Foda-se!!!...


Cova